Expedições nacionais
Expedição Travessia Lapinha - Tabuleiro na Serra do Cipó, Minas Gerais
Travessia Lapinha/Tabuleiro
Trekking de 30 km de Lapinha a Tabuleiro na serra do Cipó, Minas Gerais.
Matéria da querida conterrânea Gigi Reis.
"Compartilho com os leitores, este mês, uma experiência estimulante que, me atrevo a sugerir, deveria ser experimentada por todos que queiram se sentir remoçados.
Saímos de BH, no dia 17, rumo a Santana do Riacho, distante uns 100 km da capital. Município cujo povoamento iniciou-se ao longo do século XVIII, hoje é considerado um dos mais importantes pontos de partida para visitação do Parque Nacional da Serra do Cipó. A partir desse acesso, uma variedade de trilhas, morros, cachoeiras, cânions, e uma exuberância de piscinas naturais estonteantes. Claro, passo batido por opções incríveis de escaladas, rapel e outras modalidades do esporte radical que, particularmente, curto muitíssimo em fotos.
Gente!!! “Como assim?”! É quase inenarrável! Poucos quilômetros, a partir de Santana, a aventura toma corpo no Povoado da Lapinha. Dormimos lá, para que a travessia começasse bem cedinho. E, às 7:00 já estávamos eu, Maria e Giovanna, filha e irmã, Isabela, uma amiga, obedientemente seguindo as orientações do guia Marcelo. Vou logo desnudando uma fração do poético, para ser leal ao leitor: É praticamente um feito que você sempre sonhou fazer, nunca se imaginou fazendo e, pronto, agora é caminhar!!!
A travessia, orientada pelo nosso guia, foi realizada em dois dias: 20 quilômetros no primeiro e 10 quilômetros no segundo.
Fácil? Não muito. Mas perfeitamente realizável, prazeroso, desafiador, inspirador, um barato!!! Os morros, as subidas atentas, os cânions, as plantas, as flores, as risadas, as mochilas (ufa!), as paradas para lanche e as paisagens, sempre ... as paisagens, gente!!!!! O azul brincando de exibir tonalidades impossíveis!!! E, aí... as cobras! Calma, leitor, o guia garantiu que todas são amigas dos caminhantes... (eu, claro, acreditei!)
Dia fantástico que encerramos no alto do Tabuleiro, na casinha acolhedora de José e Maria. Isso mesmo, José e Maria, encantadoramente óbvio. Mas que guarda uma lição singular: Maria cuidando da criação, da horta, de arrumar a cerca do quintal, e José, seguro e cuidadoso no fogão a lenha, nos preparando um almoço dos deuses. E que delícia de almoço, às 17horas, após um dia de andanças!!! E que prosa boa! Como foi tocante irmos encerrando lentamente esse 18 de março, sentadas naquele lugar emanador de paz, ao lado de uma fogueira singela e tomando um vinho tinto delicioso, que, infelizmente, acabou rápido... Ok, vou confessar: a Isabela levou uma catuaba que tomamos “de bom grado”!!! Noite especial. Aniversário de minha amada filha Maria!
No dia seguinte, fomos menos rigorosos. Dormimos um pouco mais e por volta das 08:30, após um revigorante café da manhã, e, claro, após abraços carinhosos nesse doce e significativo casal que nos encantou a todos, iniciamos a descida. Mais ou menos 8 quilômetros, que exigem bastante cuidado, pois as pedras soltas, que enfeitam todo o trajeto, nos fazem lembrar que elas são de casa, nós somos visitantes.
Iniciar essa manhã com o encantamento da neblina cobrindo 360 graus de nossa visão e, de repente, ao virar um morro, descortinar a cachoeira do Tabuleiro em sua imponente exuberância... nossa!!!
Para baixo todo santo ajuda, mais ou menos. Exige muito esforço. Mas, finalmente, um banho de ducha na sede do Parque e a sensação de que algo novo invadiu nossa alma para ficar!"